Temer pede saída da crise na Venezuela, Cuba defende Lula no Peru
Temer pediu uma saída da crise venezuelana com o apoio do Grupo de Lima. Segundo o presidente brasileiro, é preciso falar da situação política, econômica e humanitária vivida na Venezuela, já que o Brasil vem sendo buscado pelos moradores do país vizinho como uma alternativa para condições de uma vida digna.
Estima-se que 5% da população da Venezuela tenha deixado o país nos últimos dois anos devido à crise na nação governada por Nicolás Maduro. Milhares desses migrantes chegaram ao Brasil, que compartilha uma parte de sua fronteira com a Venezuela.
A crise venezuelana também foi abordada durante o discurso do representante de Cuba na Cúpula das Américas. Mas, ao contrário de Temer, o chanceler cubano Bruno Rodríguez defendeu abertamente Caracas e criticou a ausência da Venezuela da reunião. “A exclusão do presidente Nicolás Maduro desta cúpula é uma afronta a todos os povos de nossa América e um retrocesso histórico imposto pelo atual governo dos Estados Unidos”, afirmou o chefe da diplomacia cubana, que representa o presidente Raúl Castro.
Rodríguez foi um dos poucos a elogiar as polêmicas eleições venezuelanas, nas quais Maduro tenta a reeleição. “Desejamos sucesso na próxima eleição presidencial na Venezuela”, concluiu Rodríguez.
“Luta contra corrupção virou arma política contra Lula”
O cubano também defendeu o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O chanceler pediu que o petista, detido desde a semana passada, seja solto. “Impedem que os eleitores votem por candidatos com forte apoio popular, como é o caso do presidente preso político Luiz Inácio Lula da Silva, cuja liberdade pedimos”, declarou. O presidente brasileiro Michel Temer estava entre os presentes, assistindo o discurso do chefe da diplomacia cubana.
Rodríguez denunciou que a luta contra a corrupção, tema central desta Cúpula, se tornou “uma arma política”, que foi usada contra Lula no Brasil. “Os procuradores e juízes agem como partidos políticos”, declarou.
Ataque ocidental na Síria monopoliza os debates
Além da crise venezuelana, o temor de uma escalada militar no Oriente Médio após os ataques seletivos dos Estados Unidos, França e Reino Unido na Síria monopolizou a atenção da Cúpula das Américas. A maior parte dos governantes da região manifestou a sua preocupação pelo uso de armas químicas e alertou para o risco de uma escalada no Oriente Médio, após o bombardeio ordenado na sexta-feira (13) à noite pelo presidente americano, Donald Trump, contra alvos específicos do regime de Bashar al-Assad na Síria.