Morreu no último domingo, aos 72 anos, o jornalista Cláudio Weber Abramo, vice-presidente da ONG Transparência Brasil, entidade da qual foi diretor-executivo por 15 anos. Ele estava internado no Hospital Samaritano e não resistiu às complicações decorrentes de um câncer.

Cláudio Weber Abramo deixa mulher, quatro filhos, seis netos e uma enteada. O corpo será cremado no Horto da Paz.

Bacharel em matemática pela USP e mestre em filosofia da ciência pela Unicamp, Claudio Weber Abramo era uma das principais referências no combate à corrupção e pela integridade das instituições públicas. Foi um dos mais importantes articuladores para a elaboração da Lei de Acesso à Informação (LAI), aprovada em 2011.

Claudio Weber Abramo também foi responsável por ferramentas online pioneiras para que jornalistas pudessem trabalhar melhor com dados públicos, como o Excelências – que reúne informações sobre a atuação de congressistas, como votações, presença em sessões, bens declarados e processos na Justiça dos quais são alvo.

Nos últimos tempos, Weber Abramo se dedicava à ONG dados.org, que havia criado, e que trabalhava com transparência e informações abertas do setor público.

Filho do jornalista Claudio Abramo, ex-diretor de redação dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, e de Hilde Weber, primeira mulher a exercer a profissão de chargista no Brasil, Claudio Weber Abramo também colaborou para os principais veículos de comunicação do País. Foi editor de Economia da Folha de São Paulo e editor-executivo da Gazeta Mercantil, entre outros.

“Perdemos um batalhador pelas melhores causas e um amigo do bom jornalismo”, disse o presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Daniel Bramatti. “Claudio Weber Abramo será sempre uma inspiração para quem luta pela democracia, pela transparência e pela aplicação correta dos recursos públicos. Na Abraji, as bandeiras que ele defendeu continuam erguidas.”