Depressão: O grito da alma – Simões Filho Fm
Redação

Depressão: O grito da alma


 
 
 

A doença silenciosa e brutal é a maior protagonista em casos suicídios em todo mundo. Acontece em qualquer fase da vida e em diferentes estágios.

Foto: Ilustrativa (Google)

Por Foca Imprensabahia: Diego Oliveira

Considerada o mal do Século pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é uma doença silenciosa que acompanha a população mundial ao longo dos tempos. O distúrbio tem sua fase inicial com uma grande sensação de tristeza, pessimismo, falta de energia constante e oscilações de humor podendo acontecer em qualquer fase da vida humana e em diferentes estágios.

Pessoas com depressão sentem alta dificuldade em realizar atividades diárias e não sentem nenhum prazer ou gozo na vida. Fadiga, aumento ou diminuição de peso, comportamento solitário e insônia são uns dos sintomas mais comuns nesta doença.

Nos estágios mais graves da doença, pode levar a morte por meio de suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

Não se têm cientificamente comprovadas as causas que levam um indivíduo a um quadro depressivo. Porém, diversos fatores são envolvidos para a progressão da doença: Fator genético e hereditário, uso álcool e drogas, portadores de doenças crônicas (diabetes, doenças cardíacas, hipotireoidismo, AIDS, cirrose e entre outras), Traumas na infância, uma má alimentação e fatores cerebrais diversos.

 

Tipos de Depressão

 

TRANSTORNO DEPRESSIVO GRAVE

Esse tipo de depressão impede que o paciente tenha uma vida ativa e normal, pois o impossibilita de trabalhar, estudar e até fazer as tarefas mais rotineiras, como comer e dormir. É natural que pessoas que sofram com esse tipo de depressão se isolem do restante do mundo, começando pela própria família, amigos e os pacientes que apresentam esse caso podem acabar convivendo com ele por toda a vida.

 

TRANSTORNO DISTÍMICO

É um tipo de depressão menos grave, falta de vontade de fazer qualquer atividade, mesmo as  que antes eram prazerosas.

Apesar de deixar a pessoa para baixo e sem interesse pelas atividades, o transtorno distímico não impede que o paciente trabalhe ou tenha uma vida social. Mas, apesar de continuar inserido na sociedade, esse paciente poderá não ter uma vida “normal”, já que mesmo trabalhando e estudando, sofrerá com o desânimo e os outros sintomas da depressão, porém com menos intensidade.

 

DEPRESSÃO PÓS-PARTO

Como o próprio nome já diz, esse tipo de depressão acontece principalmente com mulheres que acabaram de dar a luz, seja qual for o tipo de parto que ela tenha passado. Os principais sintomas é irritação, tristeza e até mesmo rejeição ao seu próprio bebê.

DEPRESSÃO REATIVA

Há pessoas que sofrem uma perda irreparável e acabam se afundando na depressão. Essa perda pode ser de um familiar, um amigo ou até mesmo algo material como uma casa ou o emprego.

Nesses casos a dor da perda toma conta, impedindo que a pessoa a supere. Como consequência ela acaba se isolando, transformando-se em uma pessoa introvertida, insegura e triste.

Foto: Ilustrativa (Google)

 

Suicídio

No decorrer de uma depressão podem surgir tendências suicidas e não são raros os doentes que cedem a esse impulso. De acordo com a OMS 15 a cada 100 pessoas com a doença decidem pôr fim a própria vida. E é a doença que mais causa suicídio em todo mundo.

Nesses casos mais extremos, em que ocorrem tentativas de suicídios ou, até mesmo o suicídio, a pessoa diagnosticada não necessariamente deseja pôr fim a própria vida, mas pedir desesperadamente por socorro.

Identificar os sintomas da depressão no seu estágio inicial e procurar ajuda especializada é fundamental para que a doença não chegue a um estágio tão avançado a ponto do indivíduo buscar desfechos drásticos como o suicídio.

 

Famosos

No mundo dos astros do cinema, teledramaturgia, da música e grandes personalidades, aonde não faltam grana, estrelismo e luxo a depressão já fez algumas vítimas. Sejam elas fatais causando suicídio ou debilitando de forma devastadora com estágios críticos da doença.

Por trás das câmeras e dos holofotes há uma vida pessoal, um íntimo de cada um. Mas às vezes o pessoal dessas estrelas não corresponde a todo status da fama. Eles também passam por conflitos internos.

Entre eles Robin Williams (ator), Michael Jackson (cantor), Jim Carrey (Ator/Comediante), O diretor Woody Allen, Santos Dumont (Inventor), Kurt Cobain (Cantor/Líder da banda Nirvana).

 

Tratamento

Em entrevista concedida pelo Psiquiatra que atende em uma clínica especializada em transtornos mentais de Salvador, Cléber Santana especialista em transtornos de humor e dependência química, foram abordados temas específicos sobre a doença com ênfase em seu tratamento:

Psiquiatra Cléber Santana

Diego OliveiraComo é feito o diagnóstico da depressão?

Dr. Cléber Santana – “Em geral, o individuo com depressão apresenta algumas alterações diferentes do habitual. Tristeza profunda, desinteresse nas atividades diárias e em coisas que sempre era motivo de prazer, alterações do sono e do apetite, pensamentos negativos, desesperança, desamparo. Isso sempre com uma variação diferente e quase sempre acompanhada de um transtorno de ansiedade. Com a investigação baseado nos sintomas e queixas do paciente já é possível um diagnóstico da doença”.

Diego OliveiraQual o tipo de tratamento?

Dr. Cléber Santana – “Na maioria dos casos, fazemos uma combinação de um Antidepressivo para elevar a serotonina do cérebro do depressivo, junto a um Ansiolítico (este segundo em caso de também problemas com ansiedade), aliando ao tratamento psicoterápico que auxilia a aumentar os níveis de autoestima do paciente. E gradativamente com o uso correto dos medicamentos e apoio psicológico terá êxito no tratamento”.

Diego OliveiraQuais os  principais efeitos colaterais desses medicamentos?

Dr. Cléber Santana – “Existem vários grupos de antidepressivos. Alguns provocam boca seca, intestino preso, outros, tremores. Os mais recentes, os chamados antidepressivos de nova geração, podem ocasionar ansiedade, tremores, inquietação, náuseas e até vômitos. No entanto, isso acontece com pequena parcela das pessoas que tomam essa medicação. Sempre oriento os meus pacientes a fazer uma maior ingestão de líquidos para manter o corpo sempre hidratado”.

Diego OliveiraQual o tempo de tratamento?

Dr. Cléber Santana – “Varia muito. Alguns reagem muito bem ao tratamento com resultados satisfatórios em poucos meses. Outros indivíduos acabam levando mais tempo, podendo durar alguns anos. Isso depende também de como é seguido o que lhe é indicado. Quanto mais tratado antes, melhor e mais fácil é o seu tratamento”.

Fontes:

 

(OMS) Organização Mundial de saúde

(OPAS) Organização Pan-Americana de Saúde

Dr. Cléber Santana (Psiquiatra)

 

 


 
 
 

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