Em mensagem, Moro se despede de juízes e pede ‘atuação independente’; leia a íntegra
Sergio Moro se despediu de seus colegas da magistratura federal nesta segunda-feira (5) por meio de uma mensagem via intranet. No texto, pediu aos juízes que “continuem dignificando a Justiça com atuação independente mesmo contra, se for o caso, o Ministério da Justiça”, além de reiterar o “respeito e admiração” pelos companheiros.
Também na segunda, Moro dirigiu um ofício ao corregedor do Tribunal Regional Federal da 4ª região e deixou a Operação Lava Jato. Até a posse do presidente eleito Jair Bolsonaro(PSL), quando assumirá o comando do Ministério da Justiça, ele estará em férias.
O novo cargo do magistrado virá junto com a reformulação da Pasta, que ganhará status de “superministério” e englobará o Ministério da Segurança, a Controladoria-Geral da União, uma fatia do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Polícia Federal.
Moro também lembrou, na mensagem, do juiz Giovanni Falcone, assassinado pela máfia italiana em 1992, e disse que pretende seguir seus passos. “Lembrei-me do juiz Falcone, muito melhor do que eu, que depois dos sucessos em romper a impunidade da Cosa Nostra, decidiu trocar Palermo por Roma, deixou a toga e assumiu o cargo de Diretor de Assuntos Penais no Ministério da Justiça, onde fez grande diferença mesmo em pouco tempo. Se tiver sorte, poderei fazer algo também importante.”
Ele ainda reiterou que a decisão de abandonar a toga foi “muito difícil, mas ponderada” e que vai trabalhar para “aprimorar o enfrentamento da corrupção e do crime organizado”.
Confira a mensagem na íntegra:
Prezados colegas magistrados federais,
A todos que me endereçaram congratulações aqui, meus agradecimentos.
Foi uma decisão muito difícil, mas ponderada.
Em Brasília, trabalharei para principalmente aprimorar o enfrentamento da corrupção e do crime organizado, com respeito à Constituição, às leis e aos direitos fundamentais.
Lembrei-me do juiz Falcone, muito melhor do que eu, que depois dos sucessos em romper a impunidade da Cosa Nostra, decidiu trocar Palermo por Roma, deixou a toga e assumiu o cargo de Diretor de Assuntos Penais no Ministério da Justiça, onde fez grande diferença mesmo em pouco tempo. Se tiver sorte, poderei fazer algo também importante.
Da minha parte, sempre terei orgulho de ter participado da Justiça Federal e os magistrados terão sempre o meu respeito e admiração. Continuem dignificando a Justiça com atuação independente (mesmo contra, se for o caso, o Ministério da Justiça).
Abs a todos,
Sergio Fernando Moro
*Com informações do Estadão Conteúdo