Via Expressa: Elevadores estão abandonados – Simões Filho Fm
Redação

Via Expressa: Elevadores estão abandonados


 
 
 

O que era para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência ou problemas de mobilidade se tornou motivo preocupação para muitos soteropolitanos.  Usuários reclamam que os elevadores das quatro passarelas da Via Expressa Baía de Todos-os-Santos, construídos em 2015, estão abandonados e se tornaram abrigo para moradores de rua e pontos de acúmulo de lixo.

São duas passarelas na Avenida Heitor Dias, uma na Barros Reis e outra na Estrada da Rainha. Cada passarela conta com dois elevadores para portadores de necessidades especiais, com capacidade para transportar de 8 a 10 pessoas. Mas quem circula por elas diz que já faz alguns anos os equipamentos estão em situação de abandono.

Os pedestres que utilizam a segunda passarela da Avenida Heitor Dias, em frente ao Guardex Storage, temem assaltos de possíveis meliantes que estejam escondidos no poço de um elevador. Enquanto o equipamento está parado na parte superior da passarela, o poço encontra-se sem porta ou tapume de proteção. 

No local, é possível encontrar roupas, revistas, sacos plásticos, garrafas pet e embalagens de “quentinhas”. Com o possível abrigo de moradores de rua e marginais, aumenta a sensação de insegurança na localidade, que normalmente tem pouco movimento.

“Aqui já é ponto que quase ninguém fica, com medo de assalto”, pontuou  o motorista Kaique Silva, de 31 anos, que trabalha há sete anos em uma empresa de ônibus situada ao lado da passarela. 

O medo de que os equipamentos sejam utilizados por bandidos não é por acaso.  Há pouco mais de dois anos, uma mulher foi encontrada desacordada dentro de um elevador em obras, na Estrada da Rainha.  A vítima teve as mãos amarradas por um fio de arame e apresentou sinais de agressão pelo corpo. 

Morador do bairro de Cidade Nova, o aposentado Juvenal dos Santos, de 64 anos, diz que acompanhou com expectativa o anúncio da criação das passarelas com elevadores, na época da construção da via. No entanto, hoje o sentimento é de frustração diante da inoperância dos equipamentos.

 “Isso é um descaso com os moradores da região e todos aqueles que utilizam a passarela. Você pode precisar do elevador independente da idade, por algum problema físico, aí chega aqui e não encontra. E o pior: é um alto investimento sem utilidade, está aí abandonado”, opinou. 

Outra questão levantada pelo aposentado é a proliferação de insetos no local em virtude do acúmulo de lixo. “E a situação se agrava mais ainda porque o poço está aberto, então alguém pode cair”, alertou. 

A mesma situação se repete em outro elevador situado próximo da Ladeira do Capoteiro, também na Heitor Dias. As marcas de pichação, metade da porta do  poço arrancada, juntamente com o lixo acumulado denunciam o abandono.  

A estudante Mariana Vieira, de 26 anos, contou que sua mãe tem problemas no joelho e sempre que passa pela Heitor Dias para chegar à Vila Laura se pergunta por qual razão os elevadores não funcionam. 

Manutenção

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) informou que não  tem nenhuma responsabilidade administrativa ou de fiscalização  sobre os elevadores instalados na Via Expressa pela Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder).  

“Vale ressaltar que a Semob, quando solicitada por demais órgãos, realiza vistoria técnica sobre acessibilidade nos equipamentos e encaminha o parecer técnico aos solicitantes”, disse o comunicado.

A Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder), por sua vez, afirmou através de sua assessoria de imprensa que embora o estado tenha executado a obra de construção da via e das passarelas, é competência da prefeitura realizar a manutenção dos equipamentos. 

Via Expressa

Inaugurada em novembro de 2013, a Via Expressa é uma das maiores obras de mobilidade urbana criadados últimos anos.  Com 4,3 quilômetros de trajeto, a via  liga a BR-324 ao Porto de Salvador e levou quatro anos para ser construída. O investimento foi de aproximadamente R$ 16 milhões.

 Fonte: Trbn

 
 
 

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