
Sessão celebra os 30 anos da conquista do Bahia
Os 30 anos da conquista do bicampeonato brasileiro pelo Bahia foram comemorados na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) na tarde desta terça-feira (19). Por acordo entre as bancadas da maioria e da minoria, a sessão ordinária no plenário foi transformada em sessão especial. O evento contou com a presença dos jogadores campeões de 1988 pelo time tricolor.
O presidente do Legislativo, Nelson Leal (PP), saudou os ex-atletas e prestou sua homenagem ao elenco. “É um dia muito especial. Estou feliz por estar recebendo os campeões de 88, capitaneados pelo nosso companheiro e amigo Bobô, grande craque, um dos maiores jogadores do Brasil. Eu sou um democrata por natureza, por isso, mesmo torcendo pelo Vitória, estou aqui homenageando o Bahia”, disse. Para ele, tratou-se de “uma justa homenagem a esse elenco de jogadores extraordinários que deu de presente o título brasileiro não só para a Bahia, mas para o Nordeste”.
Targino Machado (DEM), líder da oposição, propôs a sessão “para homenagear esses grandes heróis da Nação Tricolor, que também são da Bahia, pois não pode existir história da Bahia sem se falar do meu Bahia de coração”. Como vice-líder do governo, Marcelo Veiga (PSB) concordou com a excepcionalidade do momento. “Não só para quem é tricolor, foi um feito histórico para toda população da Bahia”, disse o socialista.
Antes que nominasse os craques de 1988, Nelson Leal foi interrompido pelo ecoar do hino do time, acionado por Targino através do celular junto ao microfone no plenário.
Paulo Câmara (PSDB) pediu que os jogadores, que ocupavam a galeria no início da sessão, levantassem a taça e saudou: “Vocês realmente marcaram aquela época, uma seleção que encantou a todos nós”. A deputada Ivana Bastos (PSD) afirmou que viu em um programa de TV local a emoção dos jogadores e ratificou sua alegria pelo tributo. “Para nós, baianos, é motivo de muito orgulho essa comemoração. Assim como nos orgulha ter um Bobô nesta Casa, representando os jogadores e o esporte”, enfatizou a pessedista.
O deputado Bobô destacou que o 19 de fevereiro é sempre repleta de lembranças da conquista histórica. “É uma data importante para o futebol da Bahia e do Nordeste. É um dia muito especial, quando a gente tem essa lembrança de um feito extraordinário para um clube de uma paixão muito grande”, exclamou o parlamentar e ídolo do clube.
O título conquistado há 30 anos é creditado, na opinião do ex-jogador, à qualidade técnica da equipe. “Estrutura não se tinha tanto quando comparada a que possuíam outros clubes, como Internacional e Fluminense. O que prevaleceu mesmo foi a qualidade do grupo, muito forte tecnicamente, três jogadores serviram à seleção brasileira naquele mesmo ano. Além do treinador e da torcida. No somatório disso tudo, nasceu o título do Brasileiro”, avaliou Bobô.
Presidente do Esporte Clube Bahia na época da conquista do bicampeonato, Paulo Maracajá afirmou estar feliz com mais uma homenagem recebida. Para ele, Nelson Leal foi muito feliz em dar esse apoio, porque, afinal de contas, o Bahia não é meu, não é de ninguém, é da Bahia. Nós todos estamos incorporados aqui. Fui deputado por 12 anos e reconheço a importância da ALBA. Estou feliz de estar aqui”, disse Maracajá.
Ex-ponta esquerda da equipe campeã, Sandro não escondia a alegria: “É muito bom ser lembrado após os 30 anos. Apesar das dificuldades que tínhamos, saímos vencedores. Até na noite do jogo teve problema lá, porque a torcida do Internacional jogou fogos ao lado do hotel fazendo barulho para não deixar a gente dormir”, rememora. O ex-atleta destacou a união entre os jogadores. “Éramos muito unidos, como somos até hoje. Inclusive, fundamos uma associação com todos os jogadores ex-campeões, não ficou ninguém de fora”, destaca.
Diversos parlamentares subiram à tribuna para prestar sua homenagem. Euclides Fernandes (PDT) parabenizou Maracajá pela condução do clube e afirmou que o time conquistou a simpatia da população.
“Boa parte do Brasil torceu por esse título, que completa 30 anos hoje”, disse Zó (PC do B). O comunista lembrou ainda que o então preparador físico Zé Carlos Queiroz, se tornou posteriormente treinador do Juazeiro, quando revelou Daniel Alves. Niltinho (PP) recordou que era criança quando o Bahia conquistou o segundo título nacional. “Pude presenciar os jogos que levaram o nosso glorioso Bahia ao título de bicampeão brasileiro. Fui receber vocês, atletas, quando tinha 9 ou 10 anos de idade, no Aeroporto de Salvador, entusiasmado pela grande conquista”, contou.
Maria del Carmem (PT) parabenizou os jogadores e representantes da agremiação, evidenciando a grandeza do título. “Que a gente possa comemorar muitas outras vitórias, trazendo outras taças, outros campeonatos, e garantindo para o nosso futebol muito sucesso, seja ele do Bahia, do Vitória, ou qualquer outro time da Bahia”, disse a petista.
Aderbal Caldas (PP) tratou de fazer um trocadilho envolvendo o rival Vitória. “Todos estes craques do Bahia nos proporcionaram aquela tão brilhante vitória, que há 30 anos permanece no nosso coração, na nossa mente. Ser Bahia é ser vitorioso”, disse, passando a recitar o hino do clube. “A história do Bahia é essa, de vitórias. Sempre digo aos torcedores do Vitória que quem gosta de vitória torce para o Bahia, porque é quem nos dá vitórias”, brincou.
Diego Coronel (PSD) não escondeu a paixão pelo time e pela conquista, o qual chamou de “maior título da história do nosso futebol”. “Quero saudar os nossos eternos craques. Eu, como torcedor do Bahia, não poderia perder a oportunidade para reverenciar a todos vocês”.
Já Olívia Santana (PC do B) disse que, respeitando a história e a importância do Bahia na cena nacional, torce, “sim, pelo futebol baiano, pelo Vitória, pelo Bahia, e para que o nosso futebol possa retomar uma presença no cenário nacional, quebrando a hegemonia do Sul e Sudeste no futebol brasileiro”. Ela fez um registro dirigido ao colega e correligionário Bobô: “Ficou imortalizado não só pela atuação em campo defendendo o Bahia, mas também pela música de Caetano Veloso quando cita a elegância sutil de Bobô”.
Fabíola Mansur (PSB), ao reverenciar os jogadores, saudou todos os mandatos que fazem do esporte uma bandeira de luta, em especial ao do colega Bobô. “Não sei se você é melhor jogador ou melhor deputado”, enalteceu a socialista.
Já ao fim da sessão especial, Ivana Bastos (PSD), que presidiu os trabalhos da Mesa na reta final da solenidade, convidou o ex-jogador Zé Carlos para falar em nome de todo o time campeão.

“Através dessa conquista, o Norte e o Nordeste do Brasil puderam entender e saber que nós podemos conquistar muitas outras coisas”, disse, lembrando que “90% do time era da Bahia”. Ele agradeceu ainda pela homenagem aos jogadores, ainda em vida. Estiveram presentes os jogadores Rogério, Edinho, Tarantini, Paulo Robson, Newmar, Claudir, Paulo Rodrigues, Osmar, Sandro, Marquinhos, Renato, Charles, Pereira, Gil Sergipano, Dico Maradona, João Marcelo, o preparador José Carlos Queiroz, Jorge Lago, os ex-presidentes Fernando Schmidt.