ONG Patas de Luz cuida de 400 animais de rua, passa por dificuldades e pede socorro
A ONG Patas de Luz que resgata e cuida de animais maltratados e abandonados em Simões Filho, cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS), passa por sérias dificuldades e precisa de apoio e doações. Sem dinheiro e um alto custo para funcionar, a instituição carece de recursos, inclusive, para resgatar novos animais.
De acordo com a presidente da ONG, Elma Silva Santos, este nobre e significativo trabalho que completa 19 anos de existência enfrenta inúmeras situações difíceis, que vão desde a falta de conscientização das pessoas que abandonam os animais, aos problemas financeiros.
“A gente passa dificuldade diariamente e o nosso foco e a nossa missão é mostrar o que está acontecendo dentro da nossa realidade, sem carro, sem ajuda nenhuma para poder bancar esses animais. A gente precisa de socorro para ajudar muito mais. Esse é o propósito da ONG Patas de Luz”, relata Elma sobre o trabalho da instituição, que hoje conta com a ajuda de parceiros. “A gente tem o socorro da Auamigos, de Salvador, que nos socorre em nossa necessidade, se o animal precisar de um exame ou precisar de uma consulta, a quem agradecemos pelo apoio”, destacou.
Além disso, a Patas de Luz também sofre com o descaso do Poder Público, uma vez que os responsáveis pela organização ja estiveram em reunião com o prefeito Diógenes Tolentino, com a deputada Kátia Oliveira, com a Secretaria da Semop, Vigilância Sanitária, Meio Ambiente para apresentar as necessidades e demandas da ONG, mas até o momento não obtiveram o retorno esperado diante das promessas das autoridades que não se concretizaram em favor da causa animal na cidade. Vale reforçar que trabalho desenvolvido pela ONG é constituído por Lei e as Prefeituras têm por obrigação ajudar a causa animal através de cuidado, zelo e acolhimento.
Para manter a estrutura, a ONG coordenada pelas protetoras Elma Silva Santos, Dalva Cardoso Batista Betânia Cardeal e Aline Santos conta com o trabalho de 17 associados voluntários e com a ajuda através de doações espontâneas destinadas aos cuidados dos bichos recolhidos da rua.
Segundo Elma, as despesas são inúmeras, que incluem alimentação e medicamentos para os animais, contas de água e luz, impostos e recursos humanos.
A comida dos animais é um dos gastos principais, atingindo a maior parte das despesas. No total, as despesas da ONG variam em torno de R$ 10 a 20 mil por mês, em média, o que inclui a manutenção do sítio, consumo de energia elétrica e de produtos de limpeza etc. Elma apela para a sensibilidade e ajuda da sociedade em apoio à ONG para abraçar a causa animal a fim de que a entidade continue atendendo as quatro centenas de animais sem lar.
“Queremos apelar para a comunidade que tem uma ONG e que ela existe. Que as pessoas se compadecam com a nossa realidade. A gente precisa do apoio da comunidade em relação a doações de ração, medicação e que a gente venha poder muito mais ajudar esses animais, porque todos nós estamos lotadas. Não tem uma protetora da ONG que não esteja hoje superlotada. Se por acaso acontecer alguém ligar porque o animal está atropelado, a gente não vai deixar aquele animal na estrada compadecendo. Nós vamos pegar e fazer, pois onde come mil vai comer mil e um. Esse é o nosso coração pela proteção animal em nossa cidade”, expressou.
A ONG, conforme informou Elma, recebe diariamente denúncias de animais abandonados e atende de 20 a 25 pedidos de socorro, mesmo com todas as dificuldades. “O que nós temos hoje de recursos? Nada. Hoje, a gente recebe uma ligação, o cachorro foi atropelado e o que a gente tem que fazer? A gente se compadece através da situação, pede socorro para alguém acolher esse animal e trazer pra cá. E o veterinário e as medicações e a alimentação? Não é só tirar o animal daquela situação naquele momento, porque tem o depois, os cuidados e a necessidade”, salientou.
Apesar disso, a maioria desses animais é encontrada na rua em condições de abandono. “Não adianta pegar um animal de rua e continuar tratando sem amor, sem carinho e sem os cuidados necessários para ele”, explicou Elma.
Nos metros quadrados do sítio transformado em lar, a ONG abriga cerca de 400 animais, entre cães e gatos, das raças mais variadas, na propriedade onde os protetores voluntários dedicam tempo integral à atividade de socorro aos pets e cada um carrega uma história.
A ideia de transformar o sitio em um espaço de acolhimento aos animais rejeitados partiu das protetoras Elma Silva Santos, Dalva Cardoso Batista Betânia Cardeal e Aline Santos pelo compromisso de oferecer um lar com todos os cuidados.
“Hoje, moramos em um sítio alugado, onde estamos com 400 animais e queremos ajudar muito mais, mas infelizmente, no momento, não temos condições”, reiterou.
Além disso, o sítio precisa passar por uma reforma para atender melhor os animais, mas a ONG não têm recursos suficientes para melhorar as condições do local.
“Nossa meta principal é outra. O que a gente sonha? Ter um espaço melhor, ter condições melhores de manter com veterinário, porque os animais ficam doentes, nós não temos recursos para termos uma vacina, pra ter remédios de verme, como é mesmo para ter o controle. As paviroses estão aí em nossa cidade, pois nós sabemos muito bem, e nossos animais ficam desprotegidos, porque a gente não tem recursos pra vacinar eles, como é devidamente recomendado pelo veterinário”, disse Elma.
Ela conta que dos animais resgatados atendidos pela ONG, muitos estão internados e doentes. Outros não estão, mas precisam de remédios caros. “Hoje, a gente tem o apoio da clínica Toca dos Pets, com Dra. Isis, que nos socorre na nossa necessidade, mas não é justo a gente querer que ela banque e que ela venha custear toda a necessidade que aquele animal vai ter”, sustentou.
Atualmente, a ONG sobrevive somente de doações, de recursos próprios e do trabalho dos voluntários.
A mesma dificuldade relatada por Elma foi também reforçada por Aline Santos, outra ativista animal responsável que está à frente do trabalho da ONG. Ela informa que houve uma queda das doações de forma gradativa, inclusive, desde que começou o isolamento social durante a pandemia da Covid-19.
“A ONG é registrada. A gente faz um trabalho tão grande na cidade e a gente não tem apoio dos governantes, não tem apoio de ninguém. A gente vive de doação e é uma situação bem difícil, porque a gente reduz o número de atendimentos, porque tem que esperar uma pessoa doar, tem que esperar uma pessoa ajudar, porque a gente está sem recurso”, relata.
Com isso, o abrigo tem passado por inúmeras dificuldades, inclusive, para resgatar e acolher novos animais. “Estou compartilhando essa realidade porque as doações pararam. Trabalhamos no sufoco, pedindo diariamente ração, material de limpeza, é sufoco diariamente. A cada dia, a gente mata um leão, no ditado da palavra, para poder alimentar esses animais. Os recursos são zero. A gente entende que é por causa da situação econômica, mas precisamos muito da ajuda das pessoas para continuarmos o trabalho de proteção”, pediu.
Além das doações em dinheiro e ração, a ONG precisa de voluntários para limpar, dar banho, comida e carinho para os animais, pois, conforme disse Elma, “eles só querem amor”.
Os valores arrecadados são usados na compra de ração, pagamento de consultas e procedimentos veterinários, medicações e custeio da folha de funcionários. Atualmente, dois profissionais mantém o local, alguns deles vivem no espaço e a maioria dos voluntários mora na cidade.
Castração e adoção
Um dos principais trabalhos da ONG é o controle populacional desses animais através do processo de castração, que ao longo desses 19 anos de caminhada, a instituição chega a marca de mais de 14 mil animais castrados.
“Levamos toda semana uma coisa que poderia ser custeada pela Prefeitura, em parceria com a ONG, que é castrar muito mais, em vez de está levando semanalmente 13, 14 animais e a gente levar 30, 40. É esse o sonho da ONG, porque a castração é a solução. Se não tiver a castração, a gente não vai conseguir ter esse controle. Um gato que faria 4, 5, com certeza, 3 são fêmeas e daqui há 6 meses ela está procriando. Essa é a nossa maior preocupação, por isso que toda semana, a gente leva os animais para castrar, fazemos o pós e cuidamos”, esclareceu Elma.
A ONG dispõe de animais para adoção responsável, após serem castrados e devidamente vacinados. Muitos deles foram deixados pelos seus ex-donos ou encontrados em situação de risco nas ruas.
“Temos o trabalho de adoção, mas uma adoção responsável. Não adianta você pegar um animal, tirar do sofrimento, castrar e dar uma pessoa que vai botar o quê, no fundo do quintal para olhar a casa dele? Animal é criado com amor, ele não vem para vigiar a casa do seu cuidador”, defendeu.
Veja como doar:
A ONG Patas de Luz pede a colaboração das pessoas com a doação de ração, material de limpeza, colchões, entre outros itens.
A ONG necessita também de medicamentos dentro do prazo de validade para manter os 400 animais no abrigo localizado na cidade
A ONG tambem recebe doações através de depósito em conta corrente no Banco Caixa Econômica Federal, Agência 2150, conta 7627-9. As contas bancárias são divulgadas pelas redes sociais da ONG Patas de Luz no Facebook ou Instagram. Para doar, entre em contato com a ONG pelo numero (71) 98527-6091 (WhatsApp), com Elma ou Aline que integram a equipe de colaboradores.
Qualquer doação é muito bem-vinda e a ONG Patas de Luz precisa de ajuda para continuar com o trabalho de resgate, acolhimento e cuidado aos animais de rua.
Desde já, a ONG Patas de Luz agradece pela sua colaboração!
ONG Patas de Luz
Rafael Santana (Jornalista e Assessor de Imprensa SRTE/BA 2932)
Tel.: (71) 99326-1524 (WhatsApp)