Estimuladas pelos pais, crianças também tomam gosto pela corrida de rua – Simões Filho Fm
por Redação

Estimuladas pelos pais, crianças também tomam gosto pela corrida de rua


 
 
 

Não é incomum ver crianças correndo. Talvez seja uma das cenas mais clássicas em parquinhos, praças e até mesmo dentro de casa. Acontece que, com o crescimento da prática da corrida de rua no Brasil, as crianças também estão deixando de lado a corrida “apenas” como brincadeira e fazendo da prática esportiva um estilo de vida.

Os benefícios foram listados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), publicados em julho de 2024, e mostram que a atividade física para crianças e adolescentes promove a saúde óssea e muscular, estimula o crescimento e melhora o desenvolvimento motor e cognitivo. Mas quem vive essa realidade de perto garante que os benefícios podem ir muito além. “A corrida tem um impacto muito positivo na infância dela. Ela aprende desde cedo sobre disciplina, foco e superação, mas também sobre leveza e diversão. Além disso, é uma forma de fortalecer o vínculo em família e mostrar, na prática, que cuidar do corpo é uma expressão de amor e gratidão pela vida. Acho lindo ver como isso contribui para que ela cresça mais confiante, ativa e feliz”, afirma a farmacêutica e nutricionista Lorena Morais Mendes Duarte, de 42 anos, que é corredora e mãe da atleta mirim Manuela Morais de Araújo Duarte, de 7 anos.

Há um tempo vendo a mãe correr, a pequena Manu quis começar a atividade física, e hoje as duas, além de mãe e filha, são companheiras de pista. “Vi a mamãe correndo e quis correr também”, contou. Depois de já ter participado de mais de cinco corridas (incluindo aquelas com percursos de 5 km, a maior distância que ela já realizou até agora), a menina sonha em ser triatleta, ou seja, além de correr, quer nadar e andar de bicicleta em uma mesma prova. “Eu corro e me sinto muito animada. É muito divertido”, afirmou.

Na casa dos irmãos Marcelo Torquato e Murilo Torquato, de 8 e 10 anos, respectivamente, a diversão também é o ponto alto das provas. “A gente se diverte muito, né?”, conta o mais velho. Segundo ele, ao finalizar uma corrida, a sensação de euforia e emoção toma conta. “Eu fico feliz, eu vejo que eu me esforcei, fiz o meu melhor com o meu potencial. Eu já corri 5 km, eu vi que era muito, mas foi muito divertido. Então, uma coisa que eu quero é correr uma maratona com muitos quilômetros, bem grande”, planeja. O caçula da família também se inspirou na mãe, Jancy Torquato, de 41 anos, para começar a correr, porque ela “é muito rápida, ela sempre ganha o pódio e sempre ganha a prova de primeiro lugar”. Ele tem se preparado para a sua maior corrida até aqui: 5 km. “Antes de correr eu alongo e treino”, disse.

Cuidados necessários

A coordenadora dos serviços de medicina do exercício e esporte da Rede Mater Dei de Saúde, Carla Tavares, destaca que a corrida é, em geral, uma atividade segura e muito benéfica para crianças quando feita de forma progressiva, com orientação, alimentação adequada e atenção a sinais do corpo. “Os benefícios de se exercitar são inúmeros. Temos melhora do condicionamento aeróbico, aumento da massa óssea e força durante a fase de crescimento, melhora do sono, humor, atenção e bem-estar psicossocial”, afirma.

Além disso, segundo ela, a prática regular de exercício na infância aumenta a probabilidade de manutenção de uma vida ativa na fase adulta. “Impacta diretamente na redução de risco de doenças cardiovasculares, metabólicas, aumento da longevidade e qualidade de vida”, completa.

Mas um alerta: a corrida também pode oferecer riscos. “Risco existe, mas depende do contexto: idade, histórico de saúde pessoal e familiar, volume e progressão do treino, técnica, terreno, supervisão, etc. As principais preocupações são com lesões musculoesqueléticas por overuse, sendo que a maioria das sociedades médicas e revisões de literatura sugerem cautela com o treinamento e especialização precoce. Distâncias muito longas em idades muito precoces demandam cuidado, preparação adequada e supervisão profissional”, diz a especialista.

Diversão

Jogos, corridas curtas, parcerias, brincadeiras são boas alternativas, mas deve-se evitar foco excessivo em resultados. Incentivo e exemplo dos país é fundamental. Evite a especialização precoce e incentive a prática multiesportiva até meados da adolescência.

Eduque sobre alimentação, hidratação, sono e sinais de fadiga e lesão. A OMS recomenda que crianças a partir de 5 anos façam pelo menos 60 minutos diários de atividade aeróbica moderada a vigorosa (atividades lúdicas e inclusivas).

Para menores de 5 anos, o brincar ativo é incentivado, mas não “treinos formais”. O treino especíUco para distâncias maiores costuma ser recomendado a partir da adolescência e sob supervisão.

Então, correr desde cedo é possível como brincadeira e com treinos leves. Começar treinos estruturados para distâncias maiores que 5 km normalmente é mais apropriado a partir de 8-12 anos dependendo do desenvolvimento, sempre com progressão adequada e supervisão

 

Fonte: O Tempo 


 
 
 

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