Quase metade da população preta ou parda está abaixo da linha de pobreza na Bahia, aponta IBGE – Simões Filho Fm
por Redação

Quase metade da população preta ou parda está abaixo da linha de pobreza na Bahia, aponta IBGE


 
 
 

Quase metade da população preta ou parda (47,5%) está abaixo da linha de pobreza na Bahia em 2021, vivendo com uma renda domiciliar média inferior a R$ 486 por pessoa. Entre os brancos, o percentual de pobres era 42,4%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados sexta-feira (11).

Os números foram levantados no estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, que aponta que pessoas declaradas pretas ou pardas representam oito em cada dez moradores da Bahia, estado que tem a maior proporção de pretos do país (um em cada cinco moradores).

extrema pobreza (rendimento domiciliar médio inferior a R$ 168 por pessoa), por sua vez, atingia 16,2% das pessoas pretas ou pardas na Bahia, frente a 14% dos brancos, conforme a mesma pesquisa.

Por ser um estado populoso e com significativa incidência de pobreza, em 2021 a Bahia tinha tanto o maior número absoluto de pretos ou pardos pobres (5,7 milhões) quanto o maior número absoluto de pretos ou pardos extremamente pobres (1,9 milhão) do país.

Pretos ganham 40% a menos que brancos

Após considerar todos os trabalhos, sejam eles formais ou informais, a Bahia tinha a 5ª maior desigualdade salarial entre pretos ou pardos, de um lado, e brancos do outro, dentre os 27 estados.

Em 2021, os trabalhadores declarados pretos ou pardos baianos ganhavam, em média, por mês, R$ 1.383, 39,8% menos do que os brancos (R$2.296). Isso significa dizer que, para cada R$ 10 recebidos por uma pessoa branca, uma preta ou parda recebia R$ 6.

Os trabalhadores pretos eram os que ganhavam menos no estado: R$ 1.317, valor 42,7% abaixo dos brancos. Os pardos ganhavam, em média, R$ 1.412 mensais (-38,5% que os brancos).

Na Bahia, a desigualdade salarial por cor ou raça era ainda um pouco maior entre os trabalhadores formais. Nesse grupo, os pretos ou pardos ganhavam, em média, 41,2% menos do que os brancos, no estado (R$ 1.934 frente a R$ 3.289).

Entre os informais, todos ganhavam bem menos, e a desigualdade se mantinha, mas a diferença era menor: pretos ou pardos recebiam 35,1% menos que brancos (R$ 926 e R$ 1.426 respectivamente).

Além da menor renda, as pessoas pretas ou pardas mantinham, em 2021, na Bahia, uma taxa de desocupação significativamente maior do que a dos brancos: 22,2% (a maior do país) contra 16,9% (a segunda maior do país).

O indicador mostra o percentual de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão no mercado procurando um trabalho sem encontrar, nem na informalidade.

Por g1 Bahia


 
 
 

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